Volta Redonda foi o berço, não só para mais dois talentos do futebol brasileiro. Nos campinhos do 'Voltaço', clube da cidade, nasceu também uma amizade. Quando a bola rolar para Vasco e Figueirense, no sábado, às 18h30min, em São Januário, amigos serão rivais por apenas 90 minutos. De um lado, um dos principais zagueiros do Brasil com missão de evitar gols para manter sua equipe no G-4; de outro, um atacante com sede de marcar para manter as esperanças do Figueirense em permanecer na elite do futebol brasileiro.
O ano era o de 2007, a cidade Volta Redonda. Aos 16 anos, Caio retornava dos Estados Unidos, onde estudou e iniciou no futebol, para tentar a carreira profissional. Então, o atacante chegou ao juvenil do 'Voltaço'. Lá, se destacou e, em pouco tempo, subiu aos juniores onde conheceu um zagueiro que já era famoso no clube.
— Quando eu cheguei nos juniores, o Dedé já era conhecido pelo pontencial. Aos poucos fomos nos aproximando — explica Caio.
A partir daí, a afinidade entre os dois só aumentou. Companheiros em campo, Caio e Dedé começaram a desfrutar de uma amizade fora das quatro linhas. A partir companheirismo, a carreira de Caio e Dedé começou a mudar. Em 2009, os dois disputaram pela primeira vez o Campeonato Carioca e chamaram a atenção de dois grandes do Rio. Assim, Dedé acertou com o Vasco e o Caio foi emprestado ao Botafogo.
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Em 2008, atuamos pelo Carioca de Juniores, e em 2009 realizamos nosso sonho de jogar o estadual pelo time profissional. Graças a Deus, o Caio foi ser feliz no Botafogo e foi campeão Carioca e eu consegui meu espaço no Vasco — conta Dedé.
Com a mudança de clubes, nem a rivalidade de Vasco e Botafogo separou a dupla. Nas férias da temporada, o zagueiro e o atacante costumavam se encontrar para peladas, bate-papo e show pelas noites de Volta Redonda.
— A nossa família se conhece há muito tempo, a minha namorada é muito amiga da namorada do Dedé, então sempre que possível estávamos juntos. Depois que mudamos de clubes, ficou um pouco mais difícil os encontros — diz o atacante do Figueirense.
Em 2011, Dedé e Caio aproveitaram as férias para uma pescaria, em um sítio em Pinheiral, cidade próxima Volta Redonda. No final, Caio se deu melhor. Enquanto o atacante do Botafogo pescou um peixe de 20kg, Dedé fisgou um de 18kg. Porém, dentro de campo, o retrospecto tem sido diferente.
Quando a dupla passou a se enfrentar Dedé sempre levou a melhor. Desde então, foram apenas três partidas que se encontraram em campo, com duas vitórias do Vasco sobre o Botafogo, e um empate — este, no primeiro turno do Brasileirão 2012, no Orlando Scarpelli, com Caio já no Figueirense.
— Nunca venci uma partida contra o Vasco, quando atuei. E o Vasco é o único clube grande do Rio que nunca fiz gol. Espero poder desencantar dessa vez — revela.
Em maio de 2012, Caio deixou o Rio de Janeiro para buscar uma maior sequência de jogos. Na reserva do Botafogo, o atacante foi emprestado para o Figueirense e assumiu o ataque da equipe catarinense. Em boa fase no Brasileirão, Caio, com oito gols marcados, promete infernizar a vida do amigo. Além disso, pede que Dedé 'alivie', devido à situação do Figueira na tabela.
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Se ele puder dar uma aliviada seria bom. A gente precisa muito mais da vitória do que eles. Ele conhece muito bem o meu estilo e sabe que eu vou partir pra cima mesmo. Ele já sabe o que terá pela frente. — fala Caio.
Do outro lado, Dedé reconhece o bom momento do amigo, mas quer a vitória no sábado.
— Eu espero que a gente possa vencer para o Vasco se manter no G-4. O Caio está em boa fase, tenho certeza que esta saída do Botafogo foi boa para ele, para amadurecer. Ele está mostrando isso. Desejo sempre sorte ao amigo, mas não na partida — brinca Dedé.
"O Caio vem demonstrando que tem qualidade e que, às vezes, algumas cobranças foram injustas. Desejo sorte sempre para o
amigo e conterrâneo" - Dedé
"Ele já sabe o que terá pela frente. Quero a vitória pois estamos precisando mais. Nós temos uma amizade muito maneira, desejo sucesso para o Dedé" - Caio
